Demora, mas nem tanto

Lembro que quando decidi vir para o Canadá, o meu processo de imigração levou cerca de sete ou oito meses. Menos do que o tempo que está levando em média atualmente nos processos realizados por meio do Consulado Geral do Canadá em São Paulo. Nada mais natural, já que acredito que houve um aumento na procura pelo consulado e no número de processos de imigração pra cá.

Segundo o governo canadense, entre abril de 2006 e março de 2007, só 30% dos processos foram completados em até seis meses. Para 50% dos casos o tempo que levou foi de 9 meses, e só 20% dos interessados em emigrar para o Canadá esperaram mais de 14 meses. O tempo parece que não passa para quem está no meio do processo, e 12 meses facilmente parecem 24 ou 36 dependendo do nível de ansiedade do candidato.

Uma dica para ajudar o tempo a passar mais rápido é estudar ao máximo e se preparar para quando chegar ao Canadá. Inglês e francês ajudam muito, então quem está vindo deve, sempre que possível, tentar adiantar seu aprendizado nesses idiomas. Saber mais sobre o mercado de trabalho em sua área, locais onde morar, quais as principais diferenças entre as cidades também ajudam muito. O grupo CanadaImigration do Yahoo é excelente fonte de informação e troca de idéias para quem está pra vir e já chegou. A Internet também está aí, cheia de informação. Se a pessoa se planejar, estudar e pesquisar, vai ver que o tempo do processo na verdade é curto. Além do mais, a melhor coisa a se fazer é aproveitar esse tempo antes da viagem, pois nos primeiros meses de Canadá o que mais vai fazer falta é esse tal de tempo, com tanta coisa que o novo imigrante tem que fazer.

Ah, e antes de reclamar muito, há lugares com tempo de processamento para a imigração muito maior do que o visto no Brasil. No consulado de Londres, por exemplo, 50% dos casos levam mais que 29 meses. Em Nova Délhi, 30% dos casos levam mais que 64 meses - ou seja, mais que cinco anos.

Aí também já é tempo demais...

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Ligue Djá

Você ainda faz ligações para outros países usando métodos convencionais, isto é, dando uma mesada para ajudar a manter os lucros das grandes empresas telefônicas? Pára com isso. A não ser que você seja acionista dessas empresas, não tem porque se interessar em ficar mais pobre enquanto deixa as empresas mais ricas.

Além dos métodos de telefonia via Internet, seja pelo seu computador ou com a instalação de uma linha telefônica diferente da convencional em sua casa, existe aqui no Canadá uma outra forma bem popular de se economizar em ligações internacionais. Em várias bancas de jornal e lojas que atendem imigrantes existem cartões que oferecem ligações a preços reduzidos para diferentes países. Cada cartão dá um desconto maior para determinado país ou região.

O difícil é descobrir qual comprar. Você chega na banca e vê uns pôsteres com uma extensa lista de países e o custo da ligação, por minuto, para aqueles países. Daí é só achar o país para o qual você quer ligar na lista, comparar com as outras milhares de listas que estão em pôsteres semelhantes colados ao lado deste primeiro e escolher qual cartão comprar. Ou então perguntar pro vendedor qual o melhor negócio. Esta última tentativa nem sempre funciona. Uma vez queria um cartão para falar com a Espanha, e o vendedor tentou me convencer que a melhor opção para isso era um cartão chamado "Cí!Cí!", porque o tal "Cí" seria "Sim" em espanhol. Não perdi meu tempo explicando pra ele que o "Sim" espanhol era "Sí", com S e não C, e que ele queria era me empurrar um cartão qualquer.

Depois de comprar o cartão da sua escolha, você deve ligar para um número escrito no verso, digitar o código único do cartão e então o número para onde você quer ligar (em geral para o Brasil você começaria com 01155 mais o codigo de DDD da cidade e o numero de telefone). É muito fácil se confundir em meio a tanto número, mas a conta no final vale a pena. Em média, pelo que usei até aqui, o cartão sai uns cinco dólares e permite conversar por duas, quatro, seis horas com o destino, dependendo do destino e da duração das ligações (falar por duas horas direto em geral sai mais barato que falar quatro vezes por meia hora).

Talvez não seja a opção mais barata pra se falar com o Brasil. Mas é mais barato que uma ligação normal pelas telefônicas, e o cartão é bastante prático também, podendo ser usado de qualquer telefone (você não precisa estar em casa, por exemplo). A qualidade também é relativamente boa, pelo menos na minha experiência.

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Quer imigrar? Então muda de nome

O que você faria se, ao participar do processo de imigração para o Canadá, recebesse uma carta oficial dizendo que não seria aceito no país por causa de seu nome? Além de achar ridículo, provavelmente tomaria medidas legais para exigir uma indenização por discriminação ou algo do estilo. Pois o governo canadense recusou a admissão de vários indianos por causa do nome deles, considerado muito comum pelas autoridades do país.

Tudo porque o nome em questão é usado tradicionalmente pelos membros dos Sikhs, um grupo religioso com milhões de seguidores na Índia. Ao nascerem, todos os participantes do grupo recebem o nome de Singh, no caso dos homens e Kaur, no caso de mulheres. Normalmente esse passa a ser o nome do meio, mas em alguns casos, para simbolizar a união de todos na mesma família religiosa, esse passa a ser o último nome mesmo.

O Canadá então, diante daquela enorme quantidade de pessoas com o mesmo nome, passou a enviar cartas recusando a admissão a quem tinha esse nome, e pedindo que ele fosse alterado. A carta dizia que os nomes "Kaur e Singh não se classificam para o propósito de imigração ao Canadá."

Segundo as autoridades, houve um mal-entendido porque a carta estava mal escrita. Dizem que gostariam que as pessoas também usassem seus outros nomes no processo de imigração, para facilitar a distinção entre uma pessoa e outra e agilizar o processo. Não deixam de ter razão em querer agilizar o processo e em pedir o maior número de fatores que possam diferenciar um candidato do outro. Mas ao enviar a carta, escrita da forma que estava escrita, mostraram uma falta de tato muito grande, principalmente por lidarem diretamente com pessoas de outros países e culturas.

O governo já disse que a medida não será mais adotada. Ainda bem, porque se não daqui a pouco iam querer impedir que alguém com outros sobrenomes comuns, como Silva, entrassem no país. Eu hein.

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Quem disse que no Canadá não tem escândalo?

Há várias razões que levam as pessoas a deixar o Brasil rumo ao Canadá. Violência, falta de perspectivas, dificuldade de arrumar emprego, desejo de morar em outro país. Enfim, cada pessoa tem sua razão, ou conjunto de razões, para escolher sair do Brasil e vir morar no Canadá. Algumas pessoas argumentam que cansaram da corrupção e dos escândalos que assolam o país tupiniquim. Qual será a surpresa delas ao desembarcar em território canadense e descobrir que o Canadá também tem seus escândalos na política?

O governo federal mesmo, passou por um escândalo de grandes proporções recentemente, o que acabou custando o comando ao Partido Liberal, derrotado de forma vexatória nas últimas eleições pelo Partido Conservador. Agora um outro caso vem à tona, novamente envolvendo os liberais, mas desta vez no governo da província de Ontario, do premiê Dalton McGuinty. O resultado do escândalo, a pouco mais de dois meses da eleição provincial de 10 de outubro, pode mais uma vez causar impacto direto nas urnas.

O ministro da Imigração e Cidadania da província, Mike Colle, deixou o cargo ontem, em meio a um escândalo de $32 milhões em doações feitas para grupos multi-culturais na província. A auditoria-geral da província criticou a prestação de contas em relação às doações, e o ministro reconheceu que em alguns casos não era feito qualquer registro oficial documentando essa transferência de dinheiro. A imprensa local destaca uma doação de um milhão de dólares feita para a Associação de Críquete de Ontário, depois que a própria associação tinha feito um pedido para receber $150 mil. Sem saber o que fazer com tanto dinheiro, grande parte da doação continua sem ser usada, parada em uma conta de banco.

Resta ver agora se a saída do ministro vai ser a única repercussão ao caso, ou se uma investigação mais detalhada vai descobrir onde foi parar o dinheiro, para recuperá-lo e retorná-lo aos cofres públicos. Será que os responsáveis serão realmente punidos, ou tudo acabará em pizza (ou em panquecas com maple leaf syrup)? Tem certas coisas que são sempre iguais, só mudam o endereço.

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Gorjeta demais?

Uma diferença básica para o brasileiro que chega às terras canadenses em relação ao Brasil diz respeito ao valor da gorjeta deixada em bares e restaurantes. Ora, desde o tempo que se vendia guaraná com rolha estamos acostumados a ouvir, calcular e deixar - quando possível - uma gorjeta de 10% pelo serviço do garçom nesses estabelecimentos. Valor redondo, conta rápida. Para uma despesa de R$ 65? R$6,50. R$237? R$23,70. É de praxe, normal e bem aceito.

Mas não pense que você será visto como um mão aberta, generoso e patrono da filantropia se resolver dar um pouco mais que os 10% aqui no Canadá. O valor básico da gorjeta aqui é de 15%. Isso mesmo. Para a conta de $65, $6,50 é pouco e mesmo uma esticada para $8 ainda não é suficiente. Os 15%, nesse caso (e com a ajuda de uma calculadora, porque enquanto a conta de 10% é simples, a de 15% não é tão automática assim), seriam $9,75. Natural que um desavisado recém-chegado ao país receba aqueles olhares nada amistosos dos atendendes nesses estabelecimentos depois de deixar "aquela" gorjeta.

Só que o problema não pára aí. Os bons costumes do país também recomendam dar gorjeta para o taxista, barbeiro, entregador de pizza (e outras comidas levadas até sua casa, mesmo que exista uma taxa de entrega cobrada pela empresa). A meu ver, isso já começa a ficar exagerado. Tudo bem que as pessoas que dependem das gorjetas normalmente ganham pouco e contam com esse dinheiro extra para complementar sua renda. Mas às vezes parece um pouco de oportunismo das empresas lucrarem em cima de seus empregados e esperarem que os clientes, que já pagam valores altos, dêem um dinheiro por fora para reduzir esse problema com o pagamento insuficiente.

Não parece um pouco de exagero pagar 15% de gorjeta para um atendente no balcão de um bar, sendo que o único trabalho que teve foi de se virar e buscar a cerveja no refrigerador? Se você estivesse na mesa, sendo atendido pelo garçom ainda vá lá, é algo mais natural e até aceito em nossa própria cultura.

O mais curioso é que mesmo os canadenses não parecem gostar muito desse excesso de gorjetas. Uma nova pesquisa divulgada esta semana mostra que os canadenses até que dão boas gorjetas em restaurantes e bares, mas nos outros casos é cada vez maior o número de pessoas que ou não dá gorjeta nenhuma ou então dá menos que os 15% de praxe. Os donos das empresas não devem sentir diferença, já que continuam pagando pouco. Já os empregados, esses sim vão pagando o pato, como sempre.

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Sempre declare sua renda, mesmo que ilegal

Agora as autoridades canadenses se superaram. Um traficante condenado, que inclusive já está cumprindo pena, foi multado em 55 mil dólares canadenses por fraudar o imposto de renda. Ele não declarou o dinheiro que ganhou com duas grandes plantações de maconha que mantinha na província de Alberta, entre 1997 e 2001. Além da multa, o traficante vai ter que pagar o imposto devido, que chega a $75 mil. Se ele não pagar o que deve em até dois anos, vai ser preso por mais três meses depois que sua pena por tráfico acabar.

Sabe lá o que as autoridades esperavam que o homem fizesse. Se ele declarasse o dinheiro e especificasse onde ganhou o dinheiro, será que a Receita Federal canadense ia simplesmente deixá-lo em paz e não falar nada pra polícia sobre as atividades ilícitas do "contribuinte"? A lição que fica pra quem tem que lidar com o fisco canadense é que toda fonte de renda deve ser declarada, não importa se a atividade desempenhada para adquirir essa renda é legal ou não.

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Cortes no transporte público em Toronto?

Não demorou para a cidade de Toronto anunciar cortes no orçamento depois que uma medida para aumentar impostos foi vetada no início desta semana. Segundo o diretor da TTC (órgão responsável pelo transporte público na cidade), por estar com menos dinheiro do que esperava a prefeitura está estudando cortes de $100 milhões no transporte público. Entre as medidas mencionadas pelas autoridades está o fechamento de uma estação de metrô (Sheppard) e a desativação de 20 linhas de ônibus. Sem contar que as passagens, que atualmente custam $2.50, devem subir 25 centavos. A direção da TTC deve se reunir amanhã para discutir as medidas.

No começo da semana, o prefeito David Miller não conseguiu aprovar uma lei que aumentaria o imposto pago na compra de novas residências e no registro anual de carros. Sem esse dinheiro que ele já considerava certo, precisou pedir pro pessoal sair cortando o orçamento por aí.

Que beleza, o pessoal não passa um aumento pra quem tem carro e desconta em quem usa o transporte público. Sei não, mas não me parece um modelo muito sustentável a longo prazo, principalmente em uma cidade onde já há problemas demais com poluição e congestionamento. O que as pessoas que moram perto da estação a ser fechada ou por onde passavam os ônibus que serão desativados vão poder fazer agora? Tirar o carro da garagem, ora.

Resta torcer pra medida ser revertida ou outras soluções serem discutidas.
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ATUALIZAÇÃO: Na verdade os cortes para o transporte público devem ser de $35 milhões. Os $100 milhões mencionados inicialmente são os cortes como um todo, para os diferentes departamentos da cidade. Ainda assim, muito preocupante.

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Outra situação com a ginasta canadense

Não quero transformar o blog em uma descrição muito longa do Pan-Americano, mas como essa notícia está relacionada à ginasta canadense que foi vaiada pela torcida, achei relevante colocar uma menção aqui:

A Verdade do Pan 2007: Não, o país não passará vergonha...

Acho que essa ginasta não terá muitas memórias boas do Brasil não...

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Torcendo para a desgraça alheia

Os canadenses estão bem decepcionados com o comportamento da torcida brasileira em alguns eventos dos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo realizados no Rio de Janeiro. Os jornais daqui têm dado destaque à forma como a torcida brasileira se comportou em eventos da ginástica e tiro ao alvo, vibrando depois de erros de atletas estrangeiros - incluindo canadenses - em modalidades onde brasileiros também estavam competindo.

O caso que chateou mais os canadenses foi na ginástica, onde o público comemorou quando uma ginasta de 14 anos caiu da trave de equilíbrio. Obviamente surpresa pela reação da torcida, a jovem caiu outras três vezes, ficando em último na final do aparelho. Os brasileiros já tinham até torcido para ela no início do Pan, talvez exatamente por causa de seus 14 anos. Mas como na final havia uma brasileira competindo, vibravam quando os adversários erravam - o que ampliaria as chances de medalha para a brasileira. No tiro ao alvo, a mesma coisa: muita comemoração na hora que um adversário erra um tiro.

Os canadenses entendem a empolgação do público, a felicidade de estarem sediando os Jogos e a vontade de verem os atletas locais vencendo. Mas não estão acostumados com esse tipo de comportamento nesses esportes, seja lá onde as provas estiverem sendo realizadas. Em um jogo de futebol, ou mesmo do hóquei no gelo (para dar um exemplo de esporte popular no próprio Canadá), esse comportamento é até mais aceitável e normal. Em jogos de hóquei, por exemplo, a torcida fica gritando o nome do goleiro adversário por zombaria, principalmente se o goleiro sofreu um gol considerado defensável.

Na minha opinião, há uma diferença fundamental entre jogos coletivos onde há uma troca direta de ações e reações por parte dos adversários, e outra onde os adversários competem separadamente e seus desempenhos são então comparados para designar o melhor entre eles. Sendo assim, em esportes como o futebol, vôlei, basquete ou o hóquei, onde a bola (ou disco) é uma só e está em constante disputa pelas duas equipes, o erro de um time ajuda o outro a conseguir seu objetivo inicial (o gol, o ponto, a cesta). Se o outro time não errar, você vai ter mais dificuldade de fazer um gol, cesta ou ponto.

Em esportes como a ginástica e o tiro ao alvo, os competidores são avaliados separadamente, de acordo com seu desempenho individual. O erro de um competidor não faz com que o adversário melhore seu desempenho. Claro que se um adversário erra, sua nota ou pontuação será inferior ao que poderia ter sido, e o desempenho dos outros passa a ter mais chance de ficar em uma posição final melhor. Mas a essência desses esportes é tentar alcançar seu melhor desempenho individual, independente do que os demais irão conseguir. O resultado final seria uma consequência desse trabalho.

O ginasta ou atirador tenta tirar a nota máxima, porque não sabe se o adversário vai tirar uma nota tão boa. Se o atleta fizer o máximo, vai ficar em primeiro não importa se o adversário errar ou não (se ninguém errasse, haveria sempre um empate, mas esse não é o caso). Se os adversários são melhores, o atleta luta para ser melhor ainda. Pergunte a qualquer atleta se ele preferiria ganhar de todos os atletas fazendo seu máximo ou só por causa do erro dos outros. A própria satisfação pessoal de saber que você ganhou porque é melhor mesmo não tem comparação.

A culpa não é só da torcida brasileira, que deveria ter sido educada e informada sobre as nuances e diferenças entre o comportamento esperado nessas modalidades em comparação aos esportes coletivos mais populares do país. E esse comportamento da torcida, até certo ponto, também reflete os valores da sociedade brasileira atual, onde muitas vezes o que importa é ganhar, ou ficar à frente dos outros, não importam as circunstâncias. Se a desgraça alheia me beneficia, eu vou mais é comemorar.

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Tristeza sem fim

Fiquei sabendo sobre o acidente aéreo de ontem em Congonhas sem querer, por acaso, enquanto surfava a Internet sem rumo ontem à noite.

O que dizer diante de um sentimento de tanta impotência? Que tristeza ver a que ponto chegamos em relação ao tráfego aéreo no país. Virou mesmo uma roleta-russa embarcar em um vôo sem saber se chegaremos ao destino. Claro que riscos sempre existem, mas o transporte aéreo é normalmente considerado o meio mais seguro de transporte por conta de alguns cuidados básicos com manutenção de equipamentos, infra-estrutura de aeroportos, pistas de pouso e decolagem, controle aéreo, que parecem estar ficando para trás em nosso país. Com isso, mesmo que estatisticamente ele continue mais seguro que uma viagem de carro, por exemplo, a ocorrência mais comum de acidentes desse tipo vão passar cada vez mais a impressão de que, pelo menos no Brasil, não é mais adequado chamá-lo de seguro.

Se foi culpa da pista, por que ela foi liberada? Por que continuam pousando tantos aviões de grande porte nesse aeroporto? Se foi falha mecânica, teria sido uma fatalidade ou problema na manutenção ou mesmo na fabricação do aparelho? Se foi falha do piloto, não teria essa falha sido estimulada pela situação cada vez mais estressante que é voar no país? Seja onde estiver a razão do acidente, como sentir-se seguro ao embarcar no próximo vôo?

Mesmo aqui no Canadá, onde normalmente não se fala em Brasil, ao comentar o acidente a imprensa destacou como o país vive em meio a um caos aéreo, como o aeroporto de Congonhas vinha sendo criticado há tempos e como um acidente desse tipo era iminente. Se estava tão claro pra todos, porque nada foi feito? O descaso pela vida humana às vezes leva a crer que, infelizmente, esta não será a última tragédia deste tipo no Brasil. Até quando isso vai precisar acontecer, quantas pessoas ainda vão precisar morrer pra que algo seja feito?

Fechem o aeroporto por decreto. Quem não gostar que vá de ônibus. Prejuízos aparentes poderão existir num primeiro momento, mas quer prejuízo maior que a perda de tantas vidas? Ainda existirão outros problemas, claro, mas não é porque resolver um problema não resolve todos de uma vez que a iniciativa é ruim. Para algo eficiente ser feito, tem que se começar de algum lugar. Aos poucos. Esta é uma ótima oportunidade para isso.

Desculpem pelas divagações. Só mesmo a raiva para misturar-se à profunda tristeza que sinto neste momento. A todos os familiares das vítimas, meu profundo pesar.

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Vai uma vacina com a cerveja?

As autoridades sanitárias canadenses estão preocupadas com o recente aumento no número de casos de caxumba registrados em Nova Scotia. A maior incidência se deu em bares e boates de Halifax, principalmente os frequentados por jovens. Segundo os especialistas, esses ambientes são propícios para a propagação da doença, já que os jovens conversam alto - quase gritando -, dançam, cantam e acabam cuspindo nos outros sem querer, contaminando os demais.

Para tentar reduzir o número de novas infecções depois que 450 casos já foram registrados nos últimos cinco meses, as autoridades estão estudando novas formas de vacinar a população. Uma das idéias que surgiu agora é a de oferecer vacinas nos próprios bares, juntamente com uma promoção do tipo: "Tome uma vacina e pague somente metade do preço na cerveja".

Tudo bem que a cerveja aqui é um pouco cara, mas será que não há contra-indicação de se misturar álcool com a vacina? Não sou médico e devo estar falando besteira, mas sei lá, sempre vi aqueles avisos de que não se deve misturar remédios com o álcool, pra não potencializar os efeitos do segundo ou tirar o efeito do primeiro. Enfim, o pessoal deve saber o que está fazendo. Só espero que controlem direito, porque do jeito que o pessoal é, daqui a pouco vai ter gente tomando a vacina toda semana só pra economizar um trocado.

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Tudo-automático

Lembro ainda de quando começaram a aparecer os primeiros caixas-automáticos de bancos. Não, não quero mostrar que estou ficando velho, apesar de essa ser uma constatação óbvia diante da primeira afirmativa. Ficava sempre meio surpreso, e até certo ponto chateado, ao ver os caixas "humanos" do banco recomendando que usássemos os caixas-automáticos. Dava vontade de perguntar se eles não sabiam que quanto mais gente usasse os caixas-automáticos, menos caixas "humanos" precisariam ser empregados para dar conta do atendimento pessoal aos clientes. Claro que provavelmente sabiam disso, e apenas seguiam ordens do próprio banco para incentivar o uso das máquinas que acabariam por lhes tirar o emprego. Afinal, sairia bem mais barato pros bancos "empregar" a máquina que o "humano", sem contar que a máquina seria mais eficiente. Os clientes, depois de passar por um treinamento de choque para aprender a lidar com os "novos funcionários" até que passaram a preferir essa nova opção, por conta da praticidade e rapidez, sem contar o horário mais longo de atendimento, incluindo noites e fins de semana.

Não sou contra o uso de caixas automáticos, não me interpretem mal. Só quis trazer de volta essa primeira impressão que tive anos atrás como forma de associação com o que vejo acontecendo aqui no Canadá em diversos outros setores. Sempre que possível, parece que estão estudando formas de usar máquinas ao invés de pessoas no atendimento ao cliente. Não fica só no banco - que, claro, também usa os caixas automáticos por aqui.

Você vai ao supermercado e não quer pegar aquela fila onde uma família de seis pessoas vai passar três carrinhos com as compras do mês? Não se preocupe. Use o caixa automático. Você mesmo pode passar os produtos no scanner, que lê automaticamente o código de barras e registra o preço. Depois você coloca o produto na sacola e a máquina nota a diferença do peso na sacola para saber que você já colocou o produto ali depois de registrado e está próximo para registrar o próximo. Se é um produto sem código de barras, como fruta ou verdura, coloca em uma balança e escolhe na tela o nome do produto. Um fiscal do supermercado acompanha quatro, seis ou oito caixas automáticos para ver se está tudo em order e tirar as dúvidas dos clientes. Sei não, mas acho que o sistema só funciona para pequenas compras. Ainda não vi muita vantagem em ter que fazer o trabalho do caixa e pagar o mesmo que os outros que só tem que colocar as coisas na esteira, esperar o caixa registrar tudo e dar o dinheiro no final.

Pelo menos nos postos de gasolina há uma diferença no preço - ainda que pequena - entre a opção de fazer tudo sozinho ou ter um frentista para colocar gasolina no seu carro, checar o óleo, etc. Mas o pessoal daqui é tão acostumado a fazer as coisas por conta própria que chega a evitar os postos com frentistas - e não é só pelo preço, parece que é uma coisa anti-social, de evitar muito contato com o atendente mesmo. As bombas permitem que o pagamento seja feito na própria bomba. Ou seja, se não quiser a pessoa não precisa nem mais entrar na lojinha de conveniência para pagar o funcionário do estabelecimento.

Máquinas de refrigerante, salgadinho, café, chocolate quente, jornal, passagem de ônibus e metrô, lava-jato, estacionamento, aluguel de DVD, foto 3x4... Fica cada vez mais fácil se isolar. Daqui a pouco - se é que ja não existe - arrumam a máquina blogator automatic plus 2000 pra quem quiser fazer um blog mas não gosta muito de escrever. Basta apertar um botão e a mensagem do dia sai prontinha, publicada e formatada na página do sujeito.

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Cartão do pecado

Imagine a cena com o cidadão, recém-chegado ao novo país, sendo indagado sobre o número de pecados que cometeu, ou então sobre seu cartão de pecados.

Pois é isso que um colega do trabalho pensou que estavam perguntando pra ele poucas semanas depois de chegar ao Canadá, enquanto procurava seu primeiro emprego por estas bandas. Falava inglês apenas razoável, então não notou que, ao perguntarem sobre seu SIN number, não queriam saber o número de pecados que cometera, e seu SIN card também não era um cartão que lhe garantia imunidade em caso de cometer um pequeno deslize. Sem graça, não quis mostrar que não entendia do assunto quando lhe perguntavam sobre o tema.

Somente depois de chegar em casa foi pesquisar e descobriu que o SIN nada mais era que o Social Insurance Number (S.I.N.), uma espécie de CPF aqui do Canadá que permite à pessoa receber pagamentos do empregador, bancos e governo. É também o meio pelo qual o governo controla a situação fiscal da pessoa, e uma forma de ver se a pessoa está autorizada a trabalhar no país.

O procedimento para tirar seu SIN é super fácil. Basta ir a um escritório do governo, mostrar documentos que comprovam sua situação no país e aguardar o envio do cartão pelo correio. É importante dar entrada no processo tão logo seja possível após a chegada ao Canadá, para evitar qualquer contratempo. Já pensou receber uma oferta de emprego e não ter o número do SIN para dar ao seu novo patrão?

- Para saber mais sobre o SIN, visite a página do governo federal canadense.

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Livros mais baratos?

Sempre gostei de ler. No Brasil, esse prazer era um prejudicado pelo alto preço dos livros e pela oferta não muito grande de títulos - algo que felizmente tem mudado nos últimos anos. Quando cheguei ao Canadá, senti realmente que estava fazendo parte de um sonho. Além da variedade bem maior de publicações, o preço era sem dúvida mais acessível (pelo menos no que diz respeito a uma comparação um pra um com o real, sem conversão).

Ainda assim, mal-agradecido que sou, sempre ficava vendo nos livros os preços cobrados no Canadá e comparando com os preços impressos logo acima, para os Estados Unidos. Em média, os americanos pagavam 25% menos do que os canadenses para ter direito de ler as mesmíssimas páginas do mesmíssimo livro. Tudo bem, a diferença cambial justificava a diferença e no final das contas os dois públicos pagavam quase a mesma coisa, tirando a pequena diferença de outros custos relativos às diferenças dos dois mercados.

Só que ultimamente o dólar canadense vem subindo bastante em relação ao americano - ou seria o americano que vem caindo, já que o mesmo acontece no Brasil em relação ao real? - atingindo valores recordes para os últimos 30 anos. Um dólar americano vale hoje cerca de 95 centavos canadenses. Não é mais aquela coisa de 75 ou 80 centavos apenas. Só que os livros continuam lá, com aquela diferença de 25% sem sofrer ajustes.

As editoras resolveram tomar uma atitude juntamente com as livrarias e prometem reduzir essa diferença. Porém, como muitas vezes as capas onde os preços são impressos ficam prontas meses antes do livro chegar às estantes, fica difícil prever qual será a situação cambial no futuro. Sendo assim, junto com uma readequação dos preços os editores prometem estudar outra forma para que o preço reflita mais rapidamente esses ajustes cambiais no futuro. É esperar pra ver.

Ah, antes de começar a comemorar muito, os editores pensam em inicialmente reduzir a diferença entre os dois preços dos 25% atuais para 20%, em média. Mas já é um começo. Agora é torcer pra outros setores seguirem o exemplo e passarem a adaptar os preços, como os carros, eletrônicos, ... Sonhar ainda é grátis (tanto em dólares canadenses quanto em americanos).

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Seguro-saúde

Ainda em relação ao sistema de saúde canadense, é importante lembrar aos que têm interesse em imigrar para o país que os recém-chegados não têm direito ao plano do governo durante os primeiros meses após a chegada. No caso da província de Ontário, por exemplo, essa carência é de três meses a partir da chegada à província.

O que fazer durante esse período? Como ninguém tem superpoderes para garantir que não ficará doente nem precisará de atendimento de emergência, é recomendável fazer um plano privado de saúde que cubra a pessoa durante esses primeiros meses. Caso contrário, uma internação ou emergência pode levar a um gasto significante das economias trazidas pelo novo imigrante, possivelmente frustrando qualquer possibilidade dele se estabelecer com sucesso no novo país.

Há várias opções de planos, alguns que podem ser contratados diretamente no Brasil, planos vinculados a cartões de crédito, seguros de viagem extendidos, etc. A dica é pesquisar muito e escolher o plano que mais se adequa às suas expectativas e possibilidades financeiras.

Eu, quando vim, optei por um seguro viagem do Brasil para as primeiras semanas, e quando cheguei por aqui adquiri outro plano local para o restante do período. Na época, há três anos, valeu a pena para mim.

Pesquise bastante e certifique-se apenas que você está coberto durante todo o período que precisar. A última coisa que você quer é frustrar seus planos por causa de um imprevisto como esse, que pode acontecer com qualquer um.

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Sistema de saúde canadense

O mais novo filme de Michael Moore (o mesmo diretor de Farenheit 9/11), Sicko, faz uma crítica sobre a situação atual do sistema de saúde nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que o compara e exalta o sistema de saúde canadense. Os vizinhos do norte, segundo Moore, tem acesso a um sistema gratuito que funciona e atende indiscriminadamente ricos e pobres. A realidade é um pouco diferente, claro, mas ainda assim poucos se arriscariam a dizer que o sistema canadense é pior do que o americano, para a maioria da população.

Primeiramente, o sistema de saúde canadense não é completamente gratuito. O dinheiro para mantê-lo vem primeiramente dos impostos, naturalmente, mas em algumas províncias os habitantes também precisam pagar uma apólice trimestral, resultando em gastos que podem ficar na casa dos $50 mensais. Nada demais para grande parte da população, mas uma grande distância entre um sistema "grátis" e outro que custa $600 anuais (além dos impostos).

Um outro problema diz respeito ao acesso a médicos especialistas. Ao contrário do Brasil, por exemplo, no Canadá uma pessoa não pode procurar diretamente e por conta própria o atendimento especializado para tratar de certa condição de saúde. Deve inicialmente procurar seu médico de família, se tiver ou conseguir achar um, já que em várias cidades há falta deles, e os que existem não aceitam novos pacientes. O médico de família faz exames preliminares e então o encaminha o sujeito para um especialista, se julgar necessário. Entre essa análise inicial e a consulta com o especialista, diga-se de passagem, o problema pode até desaparecer (ou agravar-se), e não há nada que o paciente possa fazer a não ser procurar uma sala de emergência se o problema piorar muito.

Aliás, o atendimento na sala de emergência dos hospitais pode demorar, e muito, se o problema não envolve sério risco de morte. Nada mais natural do que dar prioridade aos casos mais sérios, e só aos poucos ir desafogando os demais casos não tão urgentes - na avaliação da equipe de triagem.

Ainda assim, esse sistema é superior ao sistema público brasileiro - o sistema particular brasileiro é em geral superior, mas paga-se bem mais por ele. Em suma, a meu ver o sistema de saúde canadense não é o pior do mundo, atende razoavelmente bem e resolve os problemas da maioria da população. Mas não é isso tudo que Michael Moore quer passar pros seus conterrâneos não.

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Se no futebol o time vai mal...

No futebol o Canadá não foi muito bem na Copa do Mundo Sub-20. Mas o país apareceu perto do topo em outro ranking divulgado hoje. Não se trata bem de um esporte, e nem é muito honroso estar perto da liderança nesta classificação.

Um estudo das Nações Unidas mostra que os canadenses consomem maconha cerca de quatro vezes acima da média mundial. Tudo bem que o pessoal aqui tem um poder aquisitivo muito maior do que quatro vezes a média mundial, mas talvez eles estivessem investindo em outra coisa, sei lá. Mesmo porque os líderes do ranking não são países de poder aquisitivo muito alto.

Segundo os dados do estudo, 16,8% dos canadenses entre 15 e 64 anos fumaram ou usaram outros produtos derivados da canabis. Isso confere ao país o quinto lugar no ranking mundial, cuja média de consumo fica perto dos 4%.

Pra não ficar pra trás, o país também aparece com destaque no estudo em relação ao consumo de cocaína, perdendo só pra Inglaterra e Espanha. Nem tudo são flores no país da Maple Leaf.

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Fracasso em campo, sucesso nas arquibancadas

Para quem não está sabendo, estão realizando neste mês aqui no Canadá o Campeonato Mundial Sub-20, ou o que antigamente era conhecido como Mundial de Juniores. O público tem demonstrado um interesse enorme na competição, e vários jogos de qualidade discutível tem recebido público de dar inveja em muito time profissional brasileiro. Não à toa, a competição bateu o recorde de público para um evento esportivo de uma única modalidade no país.

Sim, mais até que o Campeonato Mundial de Hóquei, mas se bem que isso é mais por conta do tamanho dos estádios em relação aos ginásios, associado ao número de jogos e preço acessível dos ingressos, do que por qualquer outra coisa. Mesmo assim, está sendo uma grata surpresa ver um interesse tão grande pelo futebol em terras do norte.

Infelizmente, o interesse local não refletiu em um desempenho melhor por parte da seleção canadense. Depois de perder pro Congo ontem por 2-0, o time deixou a competição com três derrotas em três jogos (antes tinha perdido do Chile por 3-0, e da Áustria por 1-0). Não marcou um gol sequer, para tristeza da torcida que queria ao menos ter sentido o gostinho de comemorar um tento da equipe.

Mas os brasileiros também não têm muito do que comemorar. No melhor estilo de alunos aplicados, parece que os garotos têm aprendido a jogar com a seleção brasileira principal. Em três jogos, duas derrotas (para a poderosa Polônia, por 1-0, e para os americanos, por 2-1) e uma suada vitória (3-2 contra a Coréia do Sul, sendo que estes quase empataram no fim um jogo que perdiam por 3-0). Por sorte, quase todo mundo se classifica nesta fase, e o Brasil passou para as oitavas-de-final como pior dos 16 times que ainda restam no torneio. Pega agora na quarta-feira a Espanha, que ganhou dois jogos e empatou um.

Mas como diriam os entendidos, "futebol é uma caixinha de surpresas". Ou seja, mesmo jogando mal os três primeiros jogos, os brasileiros podem melhorar, ou continuar dando sorte, e chegar até a final do torneio. Podem ganhar como a Itália de 1982, que empatou os três primeiros jogos, classificou-se no saldo de gols e ganhou as últimas quatro partidas para levar a Copa do Mundo. Ou ir capengando até a final como os argentinos na Copa de 1990.

Infelizmente o mais provável é que o time dê adeus à competição em breve e volte logo pra casa. Mas não custa torcer para a garotada dar a volta por cima e trazer um pouco de carnaval pro verão canadense.

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Até quando?

Mais um dia de combates no Afeganistão, e mais seis soldados canadenses mortos (junto com um tradutor afegão). A sociedade volta a se perguntar, até quando o exército canadense deve continuar participando da força de ocupação naquele país, e quais os benefícios que tal ação realmente traz ao Canadá.

Sempre que ocorrem essas mortes, a imprensa traz especiais contando um pouco mais sobre os soldados mortos, sua família, amigos, sonhos e planos. Será que morreram em vão? Talvez pela distância do conflito, e ausência de resultados concretos da ação, muitos não consigam ver se a operação realmente seria necessária. Além disso, várias pessoas questionam porque o Canadá parece ter um número desproporcional de vítimas naquele país em comparação a outros países participantes da ação.

Outra preocupação justa oriunda dessa ação militar canadense é o medo de represálias em solo canadense. Afinal, se ataques já ocorreram em países como EUA, Inglaterra e Espanha, porque não aconteceriam aqui, já que o Canadá participa ativamente das ações militares no Afeganistão? Por conta disso as autoridades já pensaram em diversos cenários do que pode ocorrer, e o resultado em geral não é nada animador.

Pessoalmente, acho que o país deveria sair de lá. Não acredito que o custo-benefício da operação justifique a participação direta dos canadenses no conflito. Como não há muito que possamos fazer, resta-nos esperar e torcer para que as autoridades tomem as decisões corretas em relação à participação na guerra, e que consigam evitar qualquer plano de ataque localmente.

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Radar contra a velocidade

A polêmica não é nem um pouco nova, mas nem por isso deixa de despertar a atenção da população. As autoridades devem usar os radares eletrônicos (os populares 'pardais', como são conhecidos em Brasília, não sei como são chamados em outras cidades) para conter o excesso de velocidade nas vias públicas? Ou a medida é uma pura fórmula caça-níquel, que oferece uma maneira fácil de arrecadar rios de dinheiro ao poder público?

Pessoalmente acho que os radares podem sim ajudar a conter a velocidade em certas avenidas e, principalmente, estradas. O motorista em geral pode se sentir indestrutível e achar que nunca vai se envolver em acidente, acha que sabe dirigir muito bem, tem confiança que pode acelerar um pouco mais e ainda manter seu carro e os demais seguros, etc. Mas quando começa a pensar com o bolso, e sabe que se passar de uma determinada velocidade será flagrado sem dó nem piedade pelo radar, vai tirar o pé.

Se isso vai ajudar a reduzir o número de acidentes já é uma outra história, e muitos críticos falam que até hoje não ficou provado que uma coisa leva a outra. Pessoalmente, acho que para ser eficaz o radar não pode ser fixo. Se a pessoa sabe exatamente onde o radar está, só vai diminuir a velocidade perto dele. Agora, se não sabe, terá que andar sempre na linha, pois o próximo radar pode estar atrás da próxima curva.

Infelizmente nem tudo é perfeito, e o esquema dos radares é muitas vezes aproveitado pelas autoridades sedentas atrás de mais dinheiro para custear seus projetos (oficiais ou não). Colocar um radar no final de uma ladeira, por exemplo, é um pouco de oportunismo demais, a meu ver.

Enfim, o governo de Ontario deve continuar estudando a proposta de trazer de volta os radares às rodovias da província, iniciativa esta que já tinha sido testada na década de 90 mas que foi abandonada em uma mudança de governo. As autoridades locais estão assustadas com o crescente número de casos envolvendo carros disputando corridas ilegais, ou rachas, nas auto-estradas perto de Toronto.

Na dúvida, melhor andar sempre no limite de velocidade para não ser surpreendido depois por uma indesejável carta com sua multa no correio.

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Verão é hora de ficar fora de casa

Sim, mais uma vez deixei os visitantes do blog na mão e sumi por um bom tempo deste espaço virtual. Mas foi por uma boa causa, claro.

Como acontece todo ano, depois do inverno veio a primavera e, em seguida, o verão. Com temperaturas mais amenas do lado de fora, surgem mais oportunidades de se passar o tempo livre fazendo coisas que no inverno ficam um pouco mais difíceis, como andar devagar contemplando as casas, pessoas e outros seres que permaneciam escondidos durante os meses mais frios. Andar de bicicleta, sentar em um bar do lado de fora pra curtir o happy hour, ir para o parque para um piquenique, pra ler um livro ou so deitar na grama e olhar pro ceu esperando o tempo passar.

Como está anoitecendo por volta das 9 e meia da noite, fica ainda mais dificil chegar em casa e ter tempo pra escrever algo pra postar aqui. Sim, sei que sou um relapso e que poderia, e deveria, ter me esforçado mais pra manter o blog atualizado. Espero voltar a fazer isso daqui pra frente. Mas sem promessas, sem pressão.

Quem já passou alguns invernos por aqui sabe porque o verão é tão precioso. Quem ainda não passou, vai entender depois que passar.

Um grande abraço.

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