Livros mais baratos?

Sempre gostei de ler. No Brasil, esse prazer era um prejudicado pelo alto preço dos livros e pela oferta não muito grande de títulos - algo que felizmente tem mudado nos últimos anos. Quando cheguei ao Canadá, senti realmente que estava fazendo parte de um sonho. Além da variedade bem maior de publicações, o preço era sem dúvida mais acessível (pelo menos no que diz respeito a uma comparação um pra um com o real, sem conversão).

Ainda assim, mal-agradecido que sou, sempre ficava vendo nos livros os preços cobrados no Canadá e comparando com os preços impressos logo acima, para os Estados Unidos. Em média, os americanos pagavam 25% menos do que os canadenses para ter direito de ler as mesmíssimas páginas do mesmíssimo livro. Tudo bem, a diferença cambial justificava a diferença e no final das contas os dois públicos pagavam quase a mesma coisa, tirando a pequena diferença de outros custos relativos às diferenças dos dois mercados.

Só que ultimamente o dólar canadense vem subindo bastante em relação ao americano - ou seria o americano que vem caindo, já que o mesmo acontece no Brasil em relação ao real? - atingindo valores recordes para os últimos 30 anos. Um dólar americano vale hoje cerca de 95 centavos canadenses. Não é mais aquela coisa de 75 ou 80 centavos apenas. Só que os livros continuam lá, com aquela diferença de 25% sem sofrer ajustes.

As editoras resolveram tomar uma atitude juntamente com as livrarias e prometem reduzir essa diferença. Porém, como muitas vezes as capas onde os preços são impressos ficam prontas meses antes do livro chegar às estantes, fica difícil prever qual será a situação cambial no futuro. Sendo assim, junto com uma readequação dos preços os editores prometem estudar outra forma para que o preço reflita mais rapidamente esses ajustes cambiais no futuro. É esperar pra ver.

Ah, antes de começar a comemorar muito, os editores pensam em inicialmente reduzir a diferença entre os dois preços dos 25% atuais para 20%, em média. Mas já é um começo. Agora é torcer pra outros setores seguirem o exemplo e passarem a adaptar os preços, como os carros, eletrônicos, ... Sonhar ainda é grátis (tanto em dólares canadenses quanto em americanos).

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