Mudanças na imigração?

O governo federal do Partido Conservador continua firme em sua
tentativa de mudar o sistema de imigração para o Canadá. As
autoridades argumentam que o sistema atual - onde o governo tem que
processar todos os pedidos de imigração que chegam até ele, na ordem
de chegada - não é sustentável. Dizem que o número de pedidos
ultrapassa em muito a capacidade de processamento dos diversos
consulados e repartições encarregadas dessa análise, e que em breve
algumas pessoas podem ter que esperar até dez anos para terem seu
pedido analisado.

A solução? O governo quer ter o poder de aprovar mais rapidamente o
pedido de pessoas que trabalham em certas áreas e profissões - aquelas
cuja demanda no país é maior - e rejeitar outras. A oposição alega que
isso daria ao governo um poder de discriminação baseado na função do
imigrante (pessoas que imigram para unir-se aos familiares que já
estão aqui, por exemplo, poderia ser prejudicadas). Para o governo,
caso o Canadá não modernize e agilize seu sistema, pode perder
profissionais muito bem capacitados para outros países com sistemas
mais eficientes, como a Inglaterra e a Austrália.

Eu acho que o país deve ter o direito de escolher qual tipo de pessoa
quer aceitar como imigrante, e qual deve ser a área de formação dessas
pessoas. Afinal, de que adianta aceitar imigrantes muito bem
qualificados que depois não encontrariam ofertas de trabalho em suas
áreas quando chegassem por aqui. E melhorar as chances de encontrar
pessoas qualificadas para aquelas áreas que realmente precisam de
pessoal mais urgentemente no país.

E você, o que acha? Quem está com a razão nisso tudo?

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E no fim deu greve mesmo

Apesar do acordo entre a prefeitura e os funcionários do sistema de
transporte público de Toronto na semana passada, o sindicato da
categoria decidiu entrar em greve este fim de semana. À meia-noite de
sexta pra sábado, o metrô, ônibus e bondes da cidade pararam de
funcionar, deixando muita gente sem ter como voltar pra casa.

No sábado, a mesma coisa. Só no final do domingo é que o governo da
província de Ontário forçou os grevistas a voltarem ao trabalho,
depois de uma convocação extraordinária da assembléia legislativa em
pleno domingão de sol. Pelo menos evitaram o pior, que seria o de ter
uma greve em dia útil.

O que aconteceu foi que o sindicato estava dividido em relação ao
acordo estabelecido entre as duas partes, e acabou rejeitando essa
solução durante uma assembléia na semana passada. Com o novo impasse,
as duas partes têm agora até o fim desta semana para escolher um
moderador que ajudará nas negociações. Se não escolherem ninguém, o
governo da província escolherá por eles.

Agora uma nova discussão que surge entre a população e as autoridades
locais é se o serviço de transporte público de Toronto deve ou não ser
classificado como um serviço essencial, como já o são a polícia,
bombeiros e hospitais. Se receber a classificação, os trabalhadores do
sistema de transporte não poderiam mais entrar em greve, e um mediador
seria automaticamente chamado para resolver qualquer impasse nas
negociações (em geral resultando em custos maiores para a cidade). A
cidade não quer muito ir por esse caminho porque teme gastar mais, e
os trabalhadores não querem perder seu direito à greve. No fim, quem
deve sair perdendo mesmo, mais uma vez, é a população, seja com
passagens mais caras ou serviço pior (por cortes no orçamento ou
greves mais freqüentes).

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Gosto duvidoso

Gosto não se discute, é verdade, mas recentemente me deparei com uma propaganda a meu ver de gosto pelo menos duvidoso. Trata-se de um encarte do Canadian Tire em algumas revistas (já me deparei com duas) anunciando a chegada da primavera e o novo estoque de churrasqueiras e afins. Alguém teve a brilhante idéia de parodiar - e pensando bem, só pode ter sido uma piada mesmo - aqueles anúncios de perfume nos quais existe uma dobrinha na página para o leitor levantar e sentir o cheiro do produto. Ao invés de perfume, decidiram tentar colocar o cheiro de churrasco na tal dobrinha. Só que o churrasco deles deve ser de pneu ou algo do estilo, e não de uma suculenta picanha ou costela. Um cheiro simplesmente horrível, de borracha queimada, que gruda no dedo e sai só depois de uma boa esfregada.

Com as propagandas dos perfumes já era um problema ficar com uma revista que parecia pronta pra sair pra balada, toda cheirosa. Com essa propaganda aí, acho que só jogando fora a revista depois de uma rápida leitura dinâmica.

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E continua rolando o hóquei

Apesar do aumento considerável de temperatura, continua em pleno vapor a temporada do hóquei no gelo aqui na América do Norte. Quer dizer, a pós-temporada, com os playoffs começando no início de abril e indo até meados de junho (e junho lá é hora de ter hóquei NO GELO????).

O esporte mais popular do Canadá conta agora com apenas um time canadense sobrevivente entre os oito que ainda disputam o título: o tradicional Montreal Canadiens, que completa 100 anos na próxima temporada. O time desbancou o Boston Bruins em sete jogos na primeira fase dos playoffs. Nestes jogos, o time que ganha quatro jogos primeiro passa para a próxima fase. Ou seja, o máximo de jogos em uma determinada rodada é sete, quando os times estão empatados com três vitórias pra cada lado depois de seis jogos. Depois da decisiva vitória no jogo sete, a torcida de Montreal fez um grande papelão ao promover arruaça e atos de vandalismo em pleno centro da cidade, quebrando vitrines e incendiando carros. Uma vergonha. E olha que foi por causa de uma vitória só na primeira rodada.

Os outros times canadenses não tiveram a mesma sorte, e já estão eliminados. O Calgary Flames caiu no jogo sete da primeira rodada, sendo derrotados pelo San Jose Sharks. Os Senators, de Ottawa, deram vexame e foram eliminados ao perderem quatro jogos seguidos para o Pittsburgh Penguins, também na primeira rodada. Os outros três times destas bandas nem se classificaram para os playoffs, sendo eliminados ao final da temporada regular: Vancouver Canucks, Edmonton Oilers e o Toronto Maple Leafs - este último adicionando mais um ano à fila de quatro décadas sem um título.

E você, já conseguiu discutir um jogo de hóquei com um canadense?

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Greve cancelada aos 48 do segundo tempo

A semana comecou bem com a notícia de um acordo de última hora (ou depois da última hora) entre os patrões e empregados, impedindo uma greve do transporte público em Toronto (a famosa TTC, ou Toronto Transit Comission). Ufa, já estava me programando pra ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou patinete - ou os três juntos -, já que de carro seria simplesmente impossível. Nada menos que 1,5 milhão de pessoas usam o transporte público por aqui. Já pensou no tanto de carro a mais nas ruas se a greve tivesse mesmo acontecido? Além de demorar menos, minha caminhada - pedalada, patinetada - ainda ia servir como exercício.

Agora é torcer pros empregados ficarem felizes com o acordo, que deu um aumento anual de 3% por três anos mais um aumento nos benefícios de saúde e garantias de novos aumentos no caso de empregados das outras empresas de transporte público da área metropolitana (os de Mississauga, por exemplo) passarem a ganhar mais que os de Toronto.

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Descongelante nele!

E passou o inverno. Longo e frio este ano, mais do que os últimos anos. Muita neve (quase um recorde para o ano tanto em Toronto quanto em Ottawa, Montreal, etc), sal, buraqueira nas ruas. Mas vai querer o quê, em se tratando de Canadá? Faz parte do ciclo da vida por aqui, e vamos levando (só fico feliz pelo inverno mais rigoroso não ter sido meu primeiro por aqui, agora já estava mais acostumado).

E a primavera nem deu as caras já bateu um solão por aqui. Temperaturas acima de 20 graus positivos, muito sol, nada melhor pra sacudir o mofo e a poeira e dar as boas-vindas pra parte mais quente do ano. O fim de semana já foi de muito parque, bicicleta e passeios, tomara que apenas os primeiros de muitos nos próximos meses.

Aproveito pra tentar tirar a teia de aranha do blog, voltando a escrever por aqui sobre o dia a dia e as coisas interessantes - e as outras nem tanto assim.

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