E no fim deu greve mesmo

Apesar do acordo entre a prefeitura e os funcionários do sistema de
transporte público de Toronto na semana passada, o sindicato da
categoria decidiu entrar em greve este fim de semana. À meia-noite de
sexta pra sábado, o metrô, ônibus e bondes da cidade pararam de
funcionar, deixando muita gente sem ter como voltar pra casa.

No sábado, a mesma coisa. Só no final do domingo é que o governo da
província de Ontário forçou os grevistas a voltarem ao trabalho,
depois de uma convocação extraordinária da assembléia legislativa em
pleno domingão de sol. Pelo menos evitaram o pior, que seria o de ter
uma greve em dia útil.

O que aconteceu foi que o sindicato estava dividido em relação ao
acordo estabelecido entre as duas partes, e acabou rejeitando essa
solução durante uma assembléia na semana passada. Com o novo impasse,
as duas partes têm agora até o fim desta semana para escolher um
moderador que ajudará nas negociações. Se não escolherem ninguém, o
governo da província escolherá por eles.

Agora uma nova discussão que surge entre a população e as autoridades
locais é se o serviço de transporte público de Toronto deve ou não ser
classificado como um serviço essencial, como já o são a polícia,
bombeiros e hospitais. Se receber a classificação, os trabalhadores do
sistema de transporte não poderiam mais entrar em greve, e um mediador
seria automaticamente chamado para resolver qualquer impasse nas
negociações (em geral resultando em custos maiores para a cidade). A
cidade não quer muito ir por esse caminho porque teme gastar mais, e
os trabalhadores não querem perder seu direito à greve. No fim, quem
deve sair perdendo mesmo, mais uma vez, é a população, seja com
passagens mais caras ou serviço pior (por cortes no orçamento ou
greves mais freqüentes).

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