Você precisa mesmo disso tudo?

Acontece amanhã mais uma edição do "Dia sem Compras", ou Buy Nothing Day, promovido pela organização canadense Adbusters. O movimento tem a intenção de mostrar para as pessoas - ou apenas lembrá-las - que o nível de consumo nos países desenvolvidos chegou a um patamar simplesmente insano. Ainda mais nesta época do ano, o comércio e a indústria não fazem outra coisa a não ser mostrar seus últimos lançamentos na tentativa de convencer o consumidor que a felicidade pode ser alcançada pela compra desses produtos.

Realmente, será que é tão difícil assim passar 24 horas sem comprar nada? Claro que se estivermos com fome e nossa geladeira vazia, não pensaremos duas vezes antes de ir para o supermercado ou passar em um restaurante. Se nossa calça rasgar em pleno expediente, vamos tratar de procurar uma loja por perto para comprar uma substituta, ainda que temporária. Mas será que realmente precisamos comprar aquele aparelho de som, TV, bolsa ou roupa da última moda?

A intenção, claro, não é a de simplesmente ficar essas 24 horas sem fazer compras. Deve-se ir além, e passar a pensar sobre todo o hábito de consumo da sociedade moderna, um modelo que já mostrou ser impraticável a longo prazo. Pense um pouco da próxima vez que sentir a vontade "irresistível" de comprar alguma coisa. Você realmente precisa dela ou será apenas mais um bem supérfluo que lhe trará satisfação momentânea, mas não muito mais que isso?

Como diz o pessoal da Adbusters, ninguém nasceu com a simples missão de vir ao mundo para comprar e consumir. Não se deixe enganar pelos publicitários. A felicidade não está no consumo.

6 Comments:

At 3:18 PM, Anonymous Anônimo said...

Sem defender nenhum dos lados, pergunto: de onde vem a seguinte informação?
"um modelo que já mostrou ser impraticável a longo prazo"

 
At 3:49 PM, Blogger fejas said...

[RESPOSTA] Realmente anonymous, não deixei muito claro no texto. O modelo a que me referi é o dos níveis de consumo registrados nos países desenvolvidos, em especial na América do Norte (EUA e Canadá). Estudos científicos de diferentes organizações ambientalistas mostram que os seres humanos estão consumindo recursos em um nível maior do que o planeta pode sustentar a longo prazo. Ou seja, vai chegar uma hora que algo terá que mudar. Ou um grupo cada vez maior de pessoas será forçado e reduzir drasticamente seu consumo para que um seleto número possa continuar consumindo nos níveis atuais, ou acontece uma redução no número total de habitantes do planeta, ou revê-se os patamares de consumo dos países desenvolvidos (que alguns países desenvolvidos também estão lentamente alcançando). Sem contar os outros impactos já comprovados desse consumo, como aquecimento global provocado pelos gases poluentes provenientes de carros, usinas geradoras de energia, aviões, indústrias...

Para saber mais, recomendo o Relatório Planeta Vivo, do WWF. Veja também uma matéria da BBC sobre um estudo de um economista do Banco Mundial mostrando o impacto do aquecimento global na economia mundial, se nada for feito.

 
At 7:22 PM, Anonymous Anônimo said...

Sem dúvida nenhuma que a felicidade não está em TER mas sim em SER! E se tem um momento que praticamos muito isso em nossas vidas é o de imigrantes recém-chegados. Felizes da vida com tão pouco começando suas novas vidas em um novo país.
bjs

 
At 10:24 PM, Blogger Fabi said...

Um dia inteiro sem comprar???? Será que eu consigo?????? Ainda não cheguei a esse nível de consciência espiritual, mas vou tentar (pelo menos amanhã)!!!!!! heheheheh

 
At 7:09 AM, Anonymous Anônimo said...

Humm, vejo um problema, não consigo acreditar cegamente no que o wwf, greenpeace, etc falam:
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=23

 
At 10:01 AM, Blogger fejas said...

[RESPOSTA]

paula regina: Não tinha pensado sobre esse lado dos novos imigrantes ainda. É verdade, no começo ficamos felizes com muito pouco aqui por estas terras novas. Vou tentar sempre me lembrar disso.

fabi: Também vou tentar. Vamos nos esforçar. Aposto que se conseguirmos vamos ficar muito orgulhosos de nós mesmos.

anonymous: Concordo que não é bom acreditar cegamente no que falam todos os ambientalistas, mesmo porque existem alguns mais radicais e catastrofistas que os outros. Conheci de perto alguns dos projetos do WWF no Brasil e me pareceram suficientemente sérios para dar credibilidade à organização.

Claro que é apenas minha opinião. Porém, cada vez mais, até quem erá cético em relação a algumas das previsões mais sérias sobre o futuro do planeta começou a render-se a algumas das evidências científicas apresentadas. Quando mesmo um Banco Mundial, tradicionalmente preocupado em números e resultados concretos, começa a dar espaço crescente ao assunto, ele ganha um pouco mais de credibilidade.

Não sou dono da verdade e não sei o que vai acontecer no futuro. Pode ser gravíssimo, menos sério ou não acontecer nada. Até preferiria que a maioria dos cientistas, ambientalistas e alguns economistas estivessem errados com relação ao tema e pudéssemos consumir sem remorso algum pois o mundo daria um jeito de sempre aumentar sua capacidade de regeneração e adaptação para que mais e mais pessoas pudessem ter cada vez mais. Infelizmente, no entanto, não acredito que isso seja possível.

 

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