Mundo animal

Já virou um estereótipo do estereótipo. Todo mundo fala do canadense ou americano que, ao saber que você é brasileiro, pergunta se você morava na floresta, andava de cipó e já tinha matado uma onça. Claro que deve ter gente sem noção assim, mas talvez seja um pouco de exagero. Exageros à parte, a maioria dos estrangeiros ainda associam o Brasil com a floresta amazônica e alguns animais selvagens - se não com o samba, praias e futebol.

Apesar dessa fama, morando em uma cidade como Brasília não costumava me deparar com animais - sem ser os de estimação - todos os dias. Claro que já tinha visto lobo-guará, tatu, cobra e até uns micos perto de casa. Mas normalmente isso acontecia em terrenos baldios, ou matas. Eles não iam até em casa, onde a fauna se limitava às lagartixas, baratas, formigas, muriçocas, aranhas e moscas.

Já aqui no Canadá, pelo menos na região onde moro em Toronto, a presença animal me parece mais forte do que a que vivenciei no Brasil. Quer dizer, pelo menos os bichos que dão o ar de sua graça parecem maiores.

Ratos e camundongos são presença quase que obrigatória. Mesmo depois de acabar com eles, no outono seguinte eles começam a fazer um tour pela vizinhança à procura de um lugar mais quentinho pro inverno que se aproxima. Os esquilos - ratos chiques, com casaco de pele -, estão por toda parte. Até raposa aparece com freqüência lá na rua de casa. Isso sem falar, claro no raccoon (não sei o nome em português, é tipo um quati), bicho esperto e noturno que ronda as vizinhanças abrindo latas de lixo, se esbaldando e fazendo uma sujeirada de madrugada.

Aos poucos a gente se acostuma e adapta os hábitos pra lidar com esses bichos. Sem problema. Mas não venha me perguntar como eu fazia pra saltar sobre os jacarés quando morava no Brasil. Em termos de contato com o mundo animal em um centro urbano, vivencio isso muito mais por aqui do que na terrinha.

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