Lotação perigosa
Confesso que já andei em carro lotado, com dez pessoas onde cabiam somente cinco. Era jovem, inconseqüente. Já andei em caçamba de caminhonete, completamente solto e pronto pra ser arremessado pra fora do veículo no caso de qualquer acidente. Na verdade, durante minha infância e primeiros anos de adolescência, os carros nem tinham os cintos "de três pontos" que são comuns em veículos atualmente. Limitavam-se a cintos que prendiam a cintura, e não faziam muito para justificar seus nomes de cintos de "segurança".
Nunca na época tinha me preocupado muito com as possíveis conseqüências que um acidente naquelas condições poderia ter, e até sobrevivi a um acidente junto com minha mãe quando era pequeno apesar disso tudo. Porém, ao entrar em um carro hoje em dia certamente me preocupo mais com essa questão. Não sei se isso se deu porque cresci, porque os carros passaram a ter mais componentes de segurança, se aumentou a propaganda informando sobre esses componentes ou as campanhas de conscientização. Talvez um pouco de tudo.
Por isso, foi com grande surpresa que fiquei sabendo este fim de semana que as leis de trânsito daqui da província de Ontário não impedem que um carro carregue mais passageiros do que o número para o qual o veículo foi projetado. No sábado, uma van com capacidade para sete pessoas se envolveu em um acidente enquanto carregava o motorista e mais nove passageiros - turistas coreanos. Ou seja, mesmo que todos os cintos de segurança estivessem sendo usados, três pessoas estariam sendo transportadas legalmente sem uso do cinto. Infelizmente o acidente terminou gravemente, com quatro mortes e os outros seis ocupantes seriamente feridos.
Agora a imprensa e as autoridades questionam se a lei de 30 anos não deveria ser alterada, para exigir que todos os passageiros de um veículo usassem cinto. Pena que precisou acontecer um acidente assim para chamar a atenção para este problema.
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