Jornal grátis, trabalho idem

Não é de hoje que a imprensa escrita vem passando por maus bocados, sofrendo para se adaptar à concorrência imposta pela Internet como meio de comunicação de massa. Demissões de jornalistas em veículos de diferentes tamanhos acontecem com uma freqüência cada vez maior e já se tornaram lugar comum. Mas desta vez a edição de Toronto do jornal Metro - distribuído gratuitamente - bateu um novo recorde. Demitiu seis funcionários. Quer dizer, demitiu OS seis funcionários que ainda recebiam dinheiro para produzir o jornal. Não, isso não quer dizer que o jornal não será mais publicado. Apenas que será produzido por estagiários não remunerados de agora em diante. Ah, esses estagiários começaram a trabalhar três dias antes dos jornalistas contratados serem demitidos.

Detalhe, se não tem ninguém para supervisionar os estagiários, como é que eles vão aprender o que pode e o que não pode ser feito em um jornal diário? Tudo bem que o jornal ainda vai ter acesso a material de agência, freelancers e outras formas de conteúdo, mas quem é que vai mandar naquela cozinha? Vamos só ver quanto tempo leva a experiência. Mas se a moda pega, cuidado. Seu emprego pode ser substituído por um estágio não-remunerado. Aliás, nesse caso, melhor que estágio seria chamar o trabalho de voluntário mesmo.

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