Garçom, tem um rato no meu pão

Sabe aquela velha piada do homem que reclama que tem uma mosca em sua sopa? Na Inglaterra aconteceu algo um pouco pior. Esta semana uma corte britânica condenou uma empresa que fabrica pão a pagar uma compensação de quase 17 mil libras esterlinas a um homem que encontrou um camundungo morto cozido junto com um pão da dita empresa.

O homem conta que encontrou o camundongo enquanto fazia sanduíches para seus filhos e notou uma parte do pão com coloração mais escura e com pelos. Pra piorar a situação, a família do cidadão já tinha comido alguma fatias do pão, e o rabo do camundongo não foi encontrado. Eca, A notícia você pode conferir no site da BBC.

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Crime no Canadá


Este é mais um post para abrir os olhos de quem pensa que o Canadá é o paraíso na terra - sei que cada vez menos gente pensa assim, mas essas pessoas ainda existem.

Um novo relatório divulgado pelo StatsCan (o nosso IBGE canadense) aponta que um em cada quatro canadenses afirma ter sido vítima de algum tipo de crime no ano passado. O valor é semelhante ao registrado em 2004. A grande vantagem - e talvez diferença em relação ao Brasil - é que a maioria desses crimes não foram violentos: roubos sem uso de força física, crimes financeiros, etc. Só 6% da população - ainda assim muita gente, 1,6 milhões de pessoas - disseram que foram vítimas de violência, como assaltos ou agressões.

Um outro dado interessante é que os canadenses estão procurando menos a polícia para denunciar um crime. Afinal, dependendo do tipo de crime as chances de resolvê-lo podem ser pequenas demais pra valer a dor de cabeça. Somente 31% dos crimes cometidos foram denunciados, segundo a pesquisa.

Para saber mais, visite o site do StatsCan.

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A província mais corrupta do Canadá

Com as eleições chegando, você deve estar se perguntando quais são as melhores propostas, o candidato que tem o melhor programa de governo, etc. Mas e qual o mais corrupto? E o menos? Será que alguém se salva?

Confesso que não coloco minha mão no fogo por nenhum político, seja ele no Brasil ou no Canadá. Algumas pessoas podem pensar que os canadenses não sofrem com esse mal crônico que parece assolar a política brasileira há tanto tempo (desde o descobrimento?). Mas, apesar de termos a corrupção em menor grau do que no Brasil, infelizmente esse é um mal que também atinge este belo país ao norte dos Estados Unidos.

A revista semanal Maclean's soltou uma matéria recentemente onde fala exatamente sobre esse assunto, e mostra qual a província mais corrupta do país. A ganhadora - ganhadora? - foi Québec. A principal razão foram os recentes escândalos que parecem minar o governo provincial de Jean Charest, bem como exemplos recentes que também afetaram o governo liberal federal, de Jean Chrétien e Paul Martin - e que contribuiu e muito para o aumento na popularidade e conseqüente eleição dos conservadores de Stephen Harper.

A matéria faz uma boa retrospectiva dos casos de corrupção mais famosos no país, explicando que, apesar de não deter o monopólio de corruptos, Québec parece incluir um maior número deles - pelo menos em casos que vieram a público. Recomendo a leitura para quem acha que no Canadá só tem santinho.

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Maratona(s)


A maratona de Toronto aconteceu ontem no centro da cidade. Quer dizer, uma das maratonas de Toronto aconteceu neste fim de semana. A Scotiabank Waterfront Marathon, tradicional corrida que acontece há 20 anos e percorre ruas perto das margens do lago Ontario, no sentido leste-oeste passando pelo centro da cidade e se deslocando até alguns bairros um pouco mais distantes. Daqui a 20 dias é a vez da Goodlife Fitness Toronto Marathon, que tem um trajeto mais norte-sul, passando principalmente pela famosa Yonge Street. Esta maratona é mais antiga, com 33 anos.

Apesar de nunca ter corrido uma maratona, gosto de dar minhas corridinhas umas três vezes por semana. Corro uns 5 km, só pra me manter um pouco em forma. Talvez por isso mesmo, dou um valor especial a quem consegue correr os pouco mais de 42 km (42.195 metros). É uma sensação muito boa, mesmo para quem está assistindo, compartilhar daquele momento de alegria e superação de atletas profissionais e amadores - principalmente os amadores. Aquela chegada representa o resultado alcançado depois de meses de treinamento, muitas vezes solitário, onde chegar ao fim representa a vitória. Não interessa que o queniano ou etíope completou o percurso em duas horas e pouquinho. Se você chega ao fim em quatro ou cinco horas, você também venceu seus próprios limites.

Além de ser um evento que estimula o bem-estar e a saúde, as maratonas - pelo menos essas daqui de Toronto - ainda ajudam hospitais ou outras organizações assistenciais. Em alguns casos, corredores são estimulados a arrecadar dinheiro por conta própria. Em outros, os recursos provenientes da inscrição é que são revertidos para causas sociais.

Por tudo isso é que entristece ver a reação de certas pessoas - preocupadas apenas com seu umbigo e com a inconveniência e o atraso que o fechamento de algumas ruas pela maratona pode causar - reclamando da corrida. Ainda mais no caso de Toronto, reclamam que a cidade tem duas maratonas que 'atrapalham' a vida do cidadão. Ora, vão catar coquinho. Concordo que as maratonas talvez sejam muito próximas uma da outra - e por isso a cidade resolveu que a Goodlife Marathon no ano que vem será na primavera e não no outono -, mas o fato de a cidade poder sediar duas corridas de nível internacional não deve nunca ser encarada como um fardo, mas sim como um privilégio!

Duas vezes ao ano corredores de todo o mundo visitam a cidade, que faz parte do mapa mundial entre corredores de rua. Duas vezes a própria população tem acesso a uma corrida desse nível, sem precisar sair de sua cidade. Duas vezes o próprio turismo da cidade pode ganhar com as visitas de outros países e regiões do Canadá.

São eventos e oportunidades assim que fazem de Toronto uma cidade especial. Se você tem raiva de quem corre e é saudável, se não aguenta pegar um desvio ou ficar mais alguns minutos sentando o traseiro no assento do seu carro, se odeia eventos especiais que quebram sua rotina - mesmo que num domingo de manhã -, então recomendo que se mude para o subúrbio. Ou para uma cidade do interior. Lá ninguém vai atrapalhar seu sossego e você vai poder dirigir tranqüilo pelo centro da cidade o quanto quiser, no dia que for.

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Deu a louca no termômetro


Na hora do almoço olhei a temperatura e não acreditei. Estamos quase em outubro, já oficialmente no outono canadense e os termômetros marcam 30 graus positivos, com sensação térmica de 37. Maluquice total, quebrando o recorde de temperatura para um 24 de setembro na cidade por quase 3 graus centígrados (o recorde anterior era de 1968). Claro que fui lá fora aproveitar um pouquinho esse calorzinho (inho?) fora de época, que daqui a pouco não tem mais (hoje de madrugada já cai pra 14, com máxima só de 16 pra amanhã, algo muito mais dentro dos padrões pra época).

O pessoal que se cuide no fim de semana, pra não sair de casa achando que vai esquentar de novo e depois tendo que aguentar 15 graus só de bermuda e camiseta.

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Mundo animal

Já virou um estereótipo do estereótipo. Todo mundo fala do canadense ou americano que, ao saber que você é brasileiro, pergunta se você morava na floresta, andava de cipó e já tinha matado uma onça. Claro que deve ter gente sem noção assim, mas talvez seja um pouco de exagero. Exageros à parte, a maioria dos estrangeiros ainda associam o Brasil com a floresta amazônica e alguns animais selvagens - se não com o samba, praias e futebol.

Apesar dessa fama, morando em uma cidade como Brasília não costumava me deparar com animais - sem ser os de estimação - todos os dias. Claro que já tinha visto lobo-guará, tatu, cobra e até uns micos perto de casa. Mas normalmente isso acontecia em terrenos baldios, ou matas. Eles não iam até em casa, onde a fauna se limitava às lagartixas, baratas, formigas, muriçocas, aranhas e moscas.

Já aqui no Canadá, pelo menos na região onde moro em Toronto, a presença animal me parece mais forte do que a que vivenciei no Brasil. Quer dizer, pelo menos os bichos que dão o ar de sua graça parecem maiores.

Ratos e camundongos são presença quase que obrigatória. Mesmo depois de acabar com eles, no outono seguinte eles começam a fazer um tour pela vizinhança à procura de um lugar mais quentinho pro inverno que se aproxima. Os esquilos - ratos chiques, com casaco de pele -, estão por toda parte. Até raposa aparece com freqüência lá na rua de casa. Isso sem falar, claro no raccoon (não sei o nome em português, é tipo um quati), bicho esperto e noturno que ronda as vizinhanças abrindo latas de lixo, se esbaldando e fazendo uma sujeirada de madrugada.

Aos poucos a gente se acostuma e adapta os hábitos pra lidar com esses bichos. Sem problema. Mas não venha me perguntar como eu fazia pra saltar sobre os jacarés quando morava no Brasil. Em termos de contato com o mundo animal em um centro urbano, vivencio isso muito mais por aqui do que na terrinha.

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Água suja

O Canadá é um país com uma das maiores reservas de água doce do mundo. Mas, pelo menos na povoada região sul de Ontário, essa água está ficando cada vez mais suja. Segundo um relatório divulgado hoje pela província, a água dos Grandes Lagos está cada vez mais poluída, principalmente por causa de estações de esgoto que não estão dando conta do recado. E, nesse aspecto, até os EUA estão melhor que o Canadá. Vergonhoso, já que o vizinho do sul normalmente não prima muito por sua preocupação ambiental.

O problema maior é que a água desses lagos é a principal fonte de água para consumo humano na província. Ou seja, quem paga o pato somos nós, bebedores de água da torneira. O relatório divulgado hoje elogia as novas leis para proteção ambiental adotadas pela província, mas puxa a orelha dos burocratas, que não estão conseguindo implementar a legislação. Apesar da situação preocupante, o estudo conclui que ainda dá tempo de mudar o quadro, se as leis que aí estão passarem a ser levadas a sério.

Com a perspectiva de uma redução na quantidade de água potável disponível no mundo nos próximos anos, acho que o mínimo que um país como o Canadá pode fazer é cuidar bem da sua abundante fonte deste precioso bem. Afinal, o que abunda hoje pode faltar amanhã. Abre o olho, Canadá!

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Eleições, eleições

Tá chegando outubro, mês de eleições. No Brasil e no Canadá. Enquanto a pátria verde e amarela nos obriga a votar, queiramos ou não - e convenhamos, justificar o voto acaba sendo muito mais enrolado que votar no dia certo -, a pátria adotada nos convence da importância do voto, sem nos obrigar a participar.

Não sei se isso acontece com todo mundo nessa situação, mas acaba que eu me sinto mais empolgado em votar aqui do que no Brasil - isso mesmo comparando com a época em que morava por lá. Talvez seja uma mistura dessa revolta contra a obrigação do voto com o sentimento de que possivelmente pouca coisa muda independente do voto. Governo de esquerda, direita, centro, meio, costas. Dá tudo na mesma, a roubalheira impera e o povo só se lasca. Eita nóis.

Mas enfim, daqui a semana e meia tamos lá no consulado em Toronto pra marcar presença e torcer pro nosso país querido melhorar um pouco, que seja, com seus próximos governantes.

Enquanto isso, Toronto se aproxima da eleição do ultra-conservador Rob Ford pra prefeito. As pesquisas apontam ele na liderança com 45% contra 21% do segundo colocado, George Smitherman. O pessoal anda insatisfeito com o governo do atual prefeito, David Miller, e meio que está escolhendo Ford pra se vingar da administração atual. Só espero que o tiro da vingança não saia pela culatra e o povo não veja a mancada que fez quando perceber o que ele está disposto a fazer. Ainda dá tempo de mudar de opinião até 25 de outubro.

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