Renovando a carteira de saúde

Quando a gente é recém-chegado ao Canadá, tem que tirar um bando de documento. Social Insurance Number, Carteira de Saúde, Carteira de motorista, abrir conta em banco, tirar um cartão de crédito e várias outras coisas que facilitam sua vida por aqui. Felizmente, pra maioria desses documentos basta tirar uma vez e pronto. Mas outros tem validade determinada, e você precisa de tempos em tempos buscar o órgão emissor do mesmo para tirar uma nova via. Pessoalmente.

Isso quer dizer que, em tempos de comodidade online, Internet rápida e tecnologia onipresente, você tem que voltar em carne e osso praquela repartição lotada e entrar numa fila para esperar por uma senha que lhê dá direito a esperar enfim sua vez de ser chamado para o atendimento. Foi isso que aconteceu comigo esta semana, quando minha carteira de saúde da província de Ontário venceu, cinco anos depois de chegar por aqui e tirá-la pela primeira vez.

Posso - e devo - estar enganado, mas pelo que me lembro de cinco anos atrás, quando tirei minha carteirinha o fiz diretamente junto ao Ministério da Saúde de Ontário. Esperei um pouco, mas não tanto assim. Depois de alguns minutos, fui atendido, tiraram minha foto e fiquei de receber minha carteirinha em casa algum tempo depois (e, realmente, a recebi).

Desta vez, ao chegar já reparo que o mesmo lugar não é mais exclusivo do Ministério da Saúde, mas agora é parte do Service Ontario, que agrega outros serviços pra população. Resultado, muito mais gente no local e uma espera monstro para os níveis canadenses: duas horas. Ouch.

Mas tudo bem, como isso é só a cada cinco anos e a carteirinha é necessária para receber atendimento de saúde, o remédio é esperar. Pena que logo na véspera terminara de ler um livro e ainda não havia escolhido outro. Ou seja, 120 minutos olhando pro placar eletrônico que mostra as senhas sendo chamadas (aliás, é um bando de código diferente dependendo do serviço que a pessoa foi buscar, e nunca dá pra ter uma idéia muito clara se ainda falta muito pra sua vez ou não).

Bom, passada a espera lá fui eu mostrar os documentos, tirar a foto e receber a promessa que a nova carteirinha também vai ser mandada pelo correio lá pra casa. Enquanto ela não chega, posso usar a velha, vencida, que agora tem um furo redondo nela (feita com aqueles furadores de papel mesmo) pra indicar que já renovei a mesma.

Agora é tratar de renovar a carteira de habilitação.

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Criança falando português

Em casa sempre falamos português com nosso filho de 6 anos. Ele responde em inglês. Natural, já que começou a frequentar creches por aqui logo com 1 ano quando ainda não falava, e até hoje passa a maior parte do dia em ambientes onde o inglês é o único idioma falado.

Mas continuamos falando o português. Ele, claro, entende tudo. Mas sabe que também entendemos o inglês. Então responde em inglês. Já tentamos fingir que não entendemos e pedimos pra ele falar em português. Nada. Afinal, quando saímos ou estamos com pessoas que falam inglês, ele vê que nós falamos inglês também. De bobo não tem nada o menino.

Agora neste verão minha sogra veio nos visitar do Brasil. Ela não fala inglês. O neto rapidamente viu isso e notou que não se tratava de uma jogada pra forçá-lo a falar português. Ela realmente não entendia aquelas palavras em inglês que ela falava. Solução: falar aquele português que tanto falavam com ele esse tempo todo.

E não é que ele saiu falando tudo de uma hora pra outra? Com certo sotaque e alguns erros de colocação das palavras nas frases, problemas com algumas concordâncias de gênero e número, é verdade, mas com alguma fluência. E a melhora a cada semana que passa é notável.

Incríveis esponjas de aprendizado, essas crianças.

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Matando a saudade com a Web

Já tinha mencionado isso aqui antes, mas vale o repeteco. A Internet sem dúvida nenhuma é uma mão na roda na hora de matar a saudade do Brasil. Não falo nem de email e Skype, ferramentas obrigatórias pra manter o contato com amigos e familiares. Me refiro mais ao acesso às notícias e acontecimentos do país que deixamos ao vir para o Canadá.

Com o desenvolvimento da tecnologia de transmissão, hoje já é possível tranquilamente assistir TV do Brasil online sem muito esforço, com vários sites trazendo os canais brasileiros direto para a tela do seu computador. Na recente Copa do Mundo, por exemplo, fizemos o seguinte aqui em casa: sintonizamos a TV no canal canadense, com qualidade de imagem muito boa, e colocamos o computador ao lado para ouvir a transmissão brasileira (Globo, Band ou Sportv, dependendo do dia). Havia um atraso mínimo, que era facilmente contornado com a função PVR da TV a cabo daqui. Ufa, pelo menos escapamos de ouvir a "animada" (pra não dizer o contrário) narração inglesa daqui. Infelizmente da vuvuzela não nos livramos nem assim.

Quando se trata de conteúdo que não chega à TV canadense então, nem se fala. Decisão da Liga Mundial de vôlei? Assiste no computador. Jogos do Campeonato Brasileiro, Libertadores? Opa, tamos aí.

Tudo bem que a transmissão ainda não vem com os amigos que ficaram pra trás, um pão de queijo mineiro ou um acarajé baiano, mas já ajuda a matar um pouco a saudade (e lembrar de algumas coisas que nos fizeram vir pra cá).

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Quase um ano depois

Sério que já faz quase um ano que passei por aqui pela última vez? Como diriam los españuelos, que verguenza. Casa nova, agenda cheia, trabalho pra cima e pra baixo, quando a gente vê já são 9 meses desde que o blog recebeu carinho e atenção. Até um bebê já podia ter nascido nesse tempo.

Lá vamos nós então pra mais uma retomada e tentativa de tirar o mofo e a teia de aranha, sem deixar a peteca cair. Ou se ela cair, correr pra pegar logo.

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